
Avó Micas uma à moda antiga.

A avó Micas era uma Senhora à moda antiga.
Muito ciente do seu papel na sociedade era pouco dada a afetos físicos, mas facilmente percebemos porquê: educada apenas por uma mãe egoísta de berço rico, e deixada à sorte pelo pai que emigrou para o Brasil à procura de melhor qualidade de vida para a mulher, que perdera os requintes da infância e o culpava por não ter luxos. Nunca conseguiu transformar as suas vidas naquilo que ambicionava para a família. Os afetos encontrava na avó materna, pelo menos era isso que dava a entender nas tardes que se sentava comigo à mesa, à hora do lanche, quando estava a dar o “Agora Escolha” ou o Dartacão, a contar pormenores da sua vida. E eu ficava indeciso sobre o que ouvir!

Às vezes o discurso dela ganhava a minha atenção por algum pormenor ao calhas, outras vezes ganhava a tv.
Os tempos da 2ª guerra Mundial, do racionamento dos alimentos, da censura, do trabalho mal pago (quase escravo), da sociedade nos anos 30/40 eram os meus temas preferidos. Era uma contadora de histórias exímia. E uma excelente cozinheira!
Aprendi a gostar de “iscas com elas” com a minha avó Micas!

Micas era o nome que o meu avô lha chamava- “Todas as Marias daquele tempo eram Micas!- dizia, mas quando alguém fora do seu meio familiar lhe perguntava o nome dizia prontamente: – “Sou Maria Fernanda!, e tenho apenas a 3ªclasse. Não pude estudar mais, porque tive que vir servir para Lisboa. Mandava algum dinheiro para a minha mãe e ficava com o resto para me governar! Eram tempos difíceis! Não era nada como agora”.

A minha avó foi uma lutadora! Era do tempo em que as mulheres não podiam trabalhar, mas ela sempre fez questão de o fazer.
Eu só posso agradecer ela ter sido minha avó. As férias eram passadas em casa dela, numa aldeia na beira. Anos mais tarde, e já depois de viúva mudava-se de armas e bagagens para minha casa, nas férias de natal, pascoa, carnaval e verão, junto à praia.

Depois de muito velhinha, já dava importância aos afetos. Já lhe sabia bem um beijinho, sem estar à espera e um abraço vindo do nada. Vibrava quando a visitávamos. Fazíamos-lhe o dia.

Morreu serena com 97 anos e meio. No percurso de vida viu partir os pais, os irmãos, o marido, um neto, e a única filha, e manteve-se resistente na frente de batalha: a vida!
Quero acreditar que tenho no meu sangue a resiliência e a vontade dela!


Alexandre Fernandes – Bem Nutrir

Licenciado em Nutrição e Engª Alimentar e em Ciências da Nutrição / Terapeuta (Desprogramação Biológica, Biodescodificação, Leitura de Aura, Reiki, Angeologia, Mahikari, Anjos de Belvaspata, Banda Gástrica Imaginária, …) / Hipnoterapeuta / Autor / Escritor / Consultor / Formador / Marketer.
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