Apresentação Retratos Contados
Os Retratos Contados nascem de uma ideia muito simples: Falar da importância dos avós na vida dos netos e da importância dos netos na vida dos avós.
Os Retratos Contados nascem de uma ideia muito simples: Falar da importância dos avós na vida dos netos e da importância dos netos na vida dos avós.
Nos Retratos Contados, pretendemos eternizar as pontes de amor entre avós e netos. Falar de afectos. Partilhar os bons momentos, as angustias, as inquietações…
Que emoções sentem os avós? Que laços unem os avós aos netos? A comparação entre ser avô e o ter sido neto. Comparação entre o hoje e o antigamente …
Falar dos que o avós ensinam aos netos e do que os netos ensinam aos avós…
Através de parcerias, pretendemos dinamizar várias actividades, tais como:
– Combater a solidão.
– Incentivar o envelhecimento activo
– Incentivar o uso do computador, frequentar faculdades seniores…
– Divulgar idosos extraordinários (pessoas idosas que façam coisas diferentes da maioria)
– Estabelecer parceria com clínicas para ajudar avós e/ou netos que necessitem ajuda em diversas áreas (dentista, oftalmologista, psicologia…)
– Promover o encontro entre avós e netos.
Penso que fui um bom neto.
Todos os dias tento ser boa pessoa, um dos muitos princípios que aprendi com os meus avós.
Estejam onde estiverem os meus avós, certamente hão de ter orgulho na educação que me deram.
Nasci em 72 em lisboa, na Maternidade Alfredo da Costa, onde nasciam praticamente todas as crianças naquela altura.
Os meus 4 avós eram analfabetos, mas foram das pessoas mais inteligentes que conheci até hoje.
Com eles aprendi a ser resiliente, determinado, persistente, confiante, positivo, otimista, daqueles que acham sempre que vai correr tudo bem e que o melhor está para vir…
Nem sempre é assim!
Muitas vezes as coisas não correm como previsto! Mas tal como aprendi com os meus avós, nunca devemos enterrar a cabeça na areia como as avestruzes, mas sim acreditar em nós e lutar para fazer dos meus sonhos a realidade.
Jamais irei esquecer o avó João e a avó Vitória (avós maternos), que viviam no campo numa casa centenária.
Com eles aprendi o que é a vida no campo, como são criados os animais, como são cultivados e colhidos os frutos e os legumes, como é ir buscar água a um poço e muito mais.
Foram avós que nunca tiveram luz elétrica, nem água canalizada. Mas eram felizes com tudo o que tinham.
Jamais irei esquecer o avô Alberto e a avó Clementina (avós paternos), que viviam na casa azul, a qual eu visitava diariamente.
Com eles aprendi o respeito pelo dinheiro, o que é a Liberdade conquistada em 1974, aprendi a respeitar o próximo, a trabalhar para conquistar o que precisamos e muito mais.
Na casa dos meus avós, havia um saco de pano, que todas as manhãs aguardava pela visita do padeiro. Recordo-me de ir com os avós à mercearia, e as frutas vinham todas juntas dentro de um saco de rede.
Lembro-me da forma como os avós poupavam a água, não desperdiçavam comida, só tinham acesas as luzes da divisões da casa que estavam a ser usadas… e muito mais
Quando hoje se discute tanto o uso dos sacos de plástico e tudo o resto, pergunto se os nossos avós sem o saberem, não eram muitos mais amigos do Ambiente do que nós somos hoje em dia.
Como os Retratos Contados tenho aprendido imenso.
Tem sido um privilégio conhecer pessoas fantásticas, que partilham com os Retratos Contados memórias de infância. Testemunhos que abordam a temática dos avós e dos netos de forma descontraída.
Espero que através dos testemunhos Retratos Contados, todos aprendam a respeitar e a valorizar os mais velhos.
Todos nós pretendemos viver muito. Como tal, os novos de hoje vão ser os velhos de amanhã.