“Memórias de Carnaval”
Nem me falem no Carnaval, tenho um pó ao Carnaval ainda hoje! Além das quatro criadas lá de casa, havia uma bordadora. As minhas tias, as amigas das minhas tias e a bordadora iam, para aí um mês ou mais antes do Carnaval, ao Museu de Arte Antiga ver os quadros das princesas e das rainhas e desenhavam um vestido , depois chegavam a casa e faziam igual. A bordadeira fazia coisas extraordinárias.
Depois quando chegava o Carnaval eu vestia aquilo tudo, ia-se alugar uma cabeleira – e depois eu nem sequer me podia mexer, porque havia um desfile de máscaras no Politeama e quem ganhasse o primeiro prémio ganhava uma frisa para todas as estreias de cinema. Está mesmo a ver-se por que é a que as minhas tias queriam aquilo, não era para mim. E eu ganhava sempre. Os miudos andavam pelo chão, atiravam saquinhos à cabeça uns dos outros, molhavam-se com as bisnagas, e eu sempre ali muito direitinha.
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