“Era uma vez uma avó que fazia bolos”.
Este, podia ser o inicio do testemunho do Gonçalo Novais. Que podia terminar assim: “Em breve, todos vão conhecer a melhor herança que a avó Arminda podia deixar ao neto.”
Há alguns anos atrás, quando ainda era criança, cresci e passei grande parte dos meus dias num café que a minha avó tinha no centro da vila Fuseta, no Algarve. Acabei por crescer e aprender muita coisa com ela. Sempre muito atento a tudo o que cozinhava e dava a conhecer a quem por lá passava. Os seus cozinhados eram únicos. Todos feito “a olho” e sempre muito saborosos.
Perto dos meus 11 anos a saúde dela foi definhando e, com o tempo, fui percebendo que era um cancro da mama que aos poucos se foi apoderando de si.
Poucos meses depois acabámos por a perder nesta luta. Mas a sua garra e espirito lutador permaneceram nas memórias e corações de todos aqueles que tiveram a oportunidade de a conhecer.
A certa altura, a minha mãe começou por pegar no seu grande livro de receitas e foi passando a limpo muitas delas. A melhor? A dos Bolos d’Oro. Eram os nossos favoritos. Com o passar dos anos eu e a minha mãe fomos fazendo esta receita juntos como forma de matar saudades e de a recordar. Desde então sempre soube o sucesso que estes bolinhos poderiam vir a ser se mais pessoas os ficassem a conhecer. E assim surgiu este projeto. Que foi rascunhado e deixado numa gaveta até dia 18 de Agosto de 2020. Altura em que me despedi pois a dado momento já odiava o que fazia e as condições que tinha. Apesar de estarmos em plena pandemia foi um daqueles “cliques” em que o coração fala mais alto e assim foi. Peguei nas redes sociais, comecei a partilhar a mensagem entre amigos e a Bolo d’Oro foi assim ganhando forma.
Atualmente este projeto tornou-se na minha profissão e um passo seguinte será conseguir ter um espaço ao qual consiga chamar de “casa-mãe” dos Bolos d’Oro, no qual consiga continuar a homenagear a minha avó Arminda dia após dia e no qual as pessoas possam passar e provar os tão deliciosos Bolinhos d’Oro, que lhes trará memórias daqueles que mais amam. Quem sabe um dia a aventura cresça o suficiente para conseguir finalmente contribuir com uma percentagem a associações que ajudem pessoas com cancro da mama e ai sim, tudo fará sentido.
Saibam tudo sobre um sonho que tornou realidade aqui: Bolo d`Ouro.
