“Para não deixar esquecer as tradições herdadas pelos meus avós, criei uma página no Facebook. “
Resolvi fazer uma página no Facebook para divulgar o que aprendi com os meus avós maternos. Também já fiz uma palestra na “Lisboa Vadia” um bar multicultural em Lisboa de uma amiga minha também chamada Teresa, onde se faz muita coisa como dizer poesia, histórias, musica, etc.
Resolvi propor á minha amiga contar a história da minha família e do pandeiro. Ela aceitou logo e adorou a ideia, foi muito giro e correu muito bem.
Perco-me a falar principalmente sobre a minha avó de quem gostava muito, tenho imensas saudades dela e sinto um enorme orgulho em tê-la tido como minha avó.
Sou a bisneta mais nova do fundador e inventor do pandeiro no Rosmaninhal em Portugal. O 1º pandeiro está no museu de Arte Popular em Lisboa porque foi considerado património nacional, cultural e musical.
Sou a neta mais nova da minha avó materna Teresa Caldeira. Aliás, a minha mãe até me pôs o nome dela e dizem (a minha mãe inclusive), que realmente sou muito parecida com ela. Não só fisicamente, mas também a garra, o feitio e o bichinho e a mania do negócio corre-me nas veias como ela.
A minha avó Teresa era a matriarca da família e a mulher á frente dos negócios foi condecorada pelo presidente da Republica General Ramalho Eanes. Trabalhou na criação de cavalos, fábricas de calçado e o fabrico dos pandeiros.
Todos os anos eu ia passar as férias ao Rosmaninhal, Distrito de Castelo Branco. Ao contrário das meninas da minha idade, não ia brincar para a rua, ia para o pé da minha avó vê-la a fazer os pandeiros e a ouvir as histórias que os velhotes contavam, porque estas histórias fascinavam-me.
O meu avô materno morreu aos 73 anos a minha avó aos 83 anos.
Não me lembro dele, mas lembro-me muito bem dela! Aliás, quando a minha mãe foi operada ou morria alguém, era ela que vinha da terra para Seia onde vivíamos tomar conta de mim. Na altura a minha irmã mais velha já vivia sozinha e estudava em Lisboa. Foi a última pessoa da família a fazer os pandeiros! Como mais ninguém quis seguir esta tradição familiar, ela ensinou ás senhoras de Monsanto.
Eu sempre quis que ela não fosse esquecida! Quis mostrar aos meus filhos a bisavó, daí ter recuperado junto da RTP uma das entrevistas feitas pela RTP aos meus avós. Tenho ainda em meu poder o maior e mais pequeno pandeiro feito por ela que já tem mais de 100 anos. Comecei a fazer palestras no colégio dos meus 3 filhos, neste momento fiz a página do facebook e estou a começar a dar palestras sobre a história do pandeiro em vários espaços culturais.
Tenho um amigo meu que vai comigo tocar porque aprendeu em pequeno com os tios.
Aproveito para dar a conhecer a todos a página no Facebook criada para divulgar a tradição do Pandeiro.
https://www.facebook.com/o.pandeiro.de.portugal?ref=hl&__mref=message