“Retratos Contados da Vanessa Oliveira”

“O AMOR QUE ME FOI DADO FEZ DE MIM AQUILO QUE SOU HOJE”

Com os Retratos Contados, Vanessa Oliveira partilhou histórias de família que nos deliciam e inspiram a valorizarmos muito aqueles que nos precederam.

O que é que tu sabes dos teus avós maternos e paternos?

Vanessa Oliveira: Sei muita coisa! Os meus avós maternos morreram já há muito tempo, e como eu era pequenita não pude conviver tanto. Mas os paternos fizeram e fazem parte da minha vida muito tempo, já que era com eles que eu ficava quando os meus pais iam trabalhar. O meu pai era oficial da marinha mercante e passava muito tempo fora nos petroleiros, a minha mãe trabalhava e portanto eu tinha de ficar com alguém. Eu adorava ficar com eles! De manhã, a minha mãe dava-me a papa e depois levava-me a casa dos meus avós, que era na rua de cima. Ficava até ao meio dia na cama com eles! Sabes aquelas pessoas mais velhas que se deitam às oito da noite e acordam às cinco da manhã – esquece! O meu avô já não é vivo, mas minha avó ainda hoje está sempre acordada até às duas ou três da manhã a ver televisão.

E depois acorda tarde?

V.O.: Acorda! Lembro-me que ficava a ouvir o” Jogo da Mala” na rádio com os meus avós. Adorava ouvir o António Sala e a Olga Cardoso! Essa é a recordação mais antiga que eu tenho deles. Os outros avós também porque moravam lá perto, mas a diferença está de eles terem ido embora muito cedo e portanto estes acompanharam-me a vida toda.

A tua irmã ainda conheceu os avós maternos?

V.O.: Quase não se lembra deles. Mas mesmo com os paternos não tem esta ligação, porque eu é que fui criada por eles: a minha mãe saía de manhã e chegava à noite, era o meu avô que me ia levar e buscar à escola, estava o dia todo com eles. Entretanto nós fomos viver para o Alentejo quando a minha irmã tinha 2 anos portanto a ligação perdeu-se um bocado entre eles e ela. Além disso, eu fui a primeira neta, primeira filha, primeira sobrinha, primeira de tudo durante vários anos, porque a minha tia não tem filhos e o meu tio só tem agora uma filha que tem 11 anos, portanto…

Então muito mimadinha?

V.O.: Muito mimada, mas eu não acho que o mimo seja uma coisa má. Na minha cabeça mimo é uma coisa muito boa, e se a educação andar de mãos dadas com esse mimo é o ideal. Acho que esse amor que me foi dado fez de mim aquilo que sou hoje! Desde que os limites da educação sejam bem estabelecidos, não acho nada que o mimo seja depreciativo.

Mas uma vez quando o teu pai vivia seis meses fora, seis meses em terra…

V.O.: Quando ele estava cá passava a vida a ir ao Jardim Zoológico, à Feira Popular… era tudo para mim!

Como é que lidavas com a saudade?

V.O.: Eu não tinha noção! Quando somos miúdos é “ Olha, o pai agora vai trabalhar e vai estar um tempo fora”. Eu sabia que era muito tempo, mas eu também tinha a minha avó e o meu avô, a minha mãe e a minha tia, e depois sabia que quando ele viesse eu ia fazer uma quantidade de coisas que eu adorava fazer. Por exemplo, uma vez ele tratou de um falcão que apanhou num radar do navio e trouxe-o. Estivemos com ele três ou quatro dias em casa, mas como era carnívoro fomos dá-lo ao Jardim Zoológico. Ainda hoje tenho a carta deles a dizer que posso entrar as vezes que quiser porque doei um animal ao Zoo! Cada vez que lá voltávamos, o meu pai levava-me àquelas gaiolas enormes que há no Jardim Zoológico e dizia “ Olha, estás a vê-lo? Ele está ali!” Obviamente que ele já não estava ali, mas eu achava que sim e o meu pai nunca desmentiu. Antes de ser mãe eu não me apercebia de tudo aquilo que os nossos pais fizeram por nós. Não estou a falar de trocar fraldas com cocó, nem acordar de noite: é tudo aquilo que nós fazemos diariamente e que não se vê, até o pôr de castigo, tudo isso contribui para te fazer crescer, e é uma parte de amares o teu filho incondicionalmente. A história do meu pai nunca foi uma ausência que me doesse. A partir dos 7 anos ou 8 anos ele trabalhava em Sines e estava muito mais cá, e aos meus 14 acabamos por ir todos definitivamente para lá.

Que idade tinhas quanto a tua irmã nasceu?

V.O.: A minha irmã nasceu com 11 anos de diferença de mim. Não foi uma bebé planeada: a minha mãe tinha 40 anos e eles achavam que já não iam ter mais filhos, e depois foi a melhor coisa que nos aconteceu a todos. No fundo, nós somos as duas filhas únicas, mas somos as maiores compinchas deste mundo. Ela agora está em São Paulo e já não aguento mais ela não estar cá, somos mesmo muito unidas e muito amigas.

E acabou por ser uma vantagem para a tua mãe porque tu com 11 anos já ajudavas…

V.O.: E eu e as minhas amigas fazíamos dela um belo “Nenuco”! Nós vestíamos e despíamos, a fingir que era mesmo um boneco, e a minha mãe estava sempre de olho em cima, mas a miúda deixava fazer tudo.

E como é que foi a adaptação da menina que vivia em Lisboa a Santo André?

V.O.: Apesar de eu já lá ir de férias desde os 7 anos, foi uma fase dramática. Estava a começar a construir aquelas amizades que nós temos para a vida e de repente arrancam-me daqui e eu não gostei nada. Mas este horror não durou muito tempo porque eu encontrei logo pessoas com quem me dei muito bem e com quem acabei por construir amizades que mantenho até hoje. São literalmente o meu porto de abrigo, aquelas pessoas em quem eu confio cegamente. Uns quinze dias antes de começar as aulas torci o pé, fiz uma ruptura de ligamentos, mas achas que eu ia de muletas para a escola? Jamais, em tempo algum! Ainda hoje sofro das rupturas de ligamentos por causa de não ter usado as muletas. Se calhar em Lisboa não tinha tido esse grupo de amigos, porque as coisas acabam por se dispersar muito, e nós ali estávamos sempre todos muito mais juntos.  Acabou por correr muito melhor!

E onde é que ficam os teus avós nesta mudança?

V.O.: Nunca deixei de ter o contacto próximo, nas férias e não só, e ligávamo-nos todos os dias. Ainda hoje eu telefono à minha avó todos os dias, religiosamente. Quando vim para a faculdade , fiquei a viver com a minha avó, a minha tia e o meu avô.

Foi aí que a Vanessa Oliveira se transforma na Vanessa Oliveira de hoje?

V.O.: Ainda não, mas foi o inicio. Comecei a trabalhar dos dezassete aos dezoito já na moda, mas como ainda estava lá e teria de faltar às aulas, esperei pela faculdade. Depois da faculdade veio a pós-graduação, depois da pós-graduação veio a TVI, depois da TVI veio a SIC e agora a RTP.

Quer dizer então que vocês são uma família muito unida, mas isso não quer dizer que estejam sempre perto?

V.O.:  O meu pai reformou-se antecipadamente, a minha mãe já não trabalha desde que a minha irmã nasceu e  por isso acabaram por vir para cá quando perceberam que o André vinha a caminho. Agora estão cá a tempo inteiro e temos Santo André como férias.

E como é que foi recebida a noticia da tua gravidez?

V.O.: Foi muito engraçada porque nós, eu e o João, não dissemos a ninguém até aos três meses de gravidez.

E foi planeado?

V.O.: Foi totalmente planeado, eu sei a noite em que o fiz e tudo, foi na noite de aniversário da SIC, 6 de Outubro de 2012! Sabes quem é que sabia? O senhor das análises e o meu médico . Aguentámos até ao Natal, mas foram três meses dramáticos porque eu achava que tinha um néon na testa.  Tinha uma das minhas melhores amigas a viver temporariamente na minha casa e ela já tinha desconfiado: eu estava a comer mais do que o que costumo, tinha muito sono…eu achei que era melhor dizer-lhe até para não ficar triste por não ter contado nada! Foi por isto que quis ter um capítulo no livro a que chamei “As Outras”: as minhas melhores amigas, a minha sogra, a minha cunhada, mulheres que eu considero tão importantes também na minha vida porque se as umas estiveram na construção da minha personalidade, estas também ajudaram.  E nós partilhamos tão mais com as nossas amigas do que com as nossas mães…esta amiga de que vos falei, estive lá quando nasceu o primeiro filho dela. Somos irmãs, só não somos do mesmo sangue.

O teu livro acaba por ser feminino sem ser feminista militante?

V.O.: Sim, é uma homenagem às minhas mulheres, mas começou por ser uma homenagem à minha avó, mas depois percebi que a minha avó também tem dentro dela a minha mãe, a minha tia, a minha irmã. Eu tenho dentro de mim as minhas amigas, a minha sogra, a minha cunhada, todas são mulheres que dedicam a sua vida ao trabalho, mas também à família e o mais importante disto tudo é dar amor.

Acaba por ser uma ótima recomendação para o próximo dia da Mãe.

V.O.: É uma recomendação para o dia da Mãe! Oxalá todas as pessoas no mundo pudessem ter uma família como eu tenho, eu queria que elas soubessem disto em vida. Estou sempre a dizer que as adoro, estou sempre a dar beijinhos e abraços, sou muito calorosa, mas quis deixar isto no papel.

E como é que elas reagiram a esta homenagem?

V.O.: Elas não sabiam de nada, eu escrevi o livro todo sem dizer nada e só souberam porque eu tive de fazer umas fotos com elas.  A minha ideia era levá-las ao lançamento no dia 22 de Abril, sem dizer ao que íamos, era para ser surpresa total.

Mas quem é que aguentaria uma surpresa dessas!?

V.O.: Vais ler a história do episódio do casamento da minha tia que foi em Fevereiro: a minha tia namorava com o meu tio Chico há 30 anos, e então no dia 11 de fevereiro resolveram que iam casar dia 16, e eu organizei um casamento em 4 dias!

E correu bem?

V.O.: Estão aí as fotos, é assim a minha família!

Dos meus avós “veio tudo”, diz, “a lealdade, o ser correcto sempre com toda a gente..”


Há quanto tempo estás com o João, o pai do teu filho?

V.O.:­ Vinte anos! Estivemos um ano separados, mas depois voltámos mais seguros um do outro…eu falo disso no livro. Quis contar como foi a surpresa que fizemos no Natal e 2012 à minha família e à dele – e a minha sogra é uma das mães de coração a quem eu dedico o livro – porque foi uma felicidade muito grande, e eu e a minha cunhada estivemos grávidas ao mesmo tempo. Até aos nossos bebés nascerem,  eram só meninas, cinco filhos e quatro netas. A minha família é muito mais pequena do que a do João e não havia uma criança na família desde a minha irmã.

E já faziam alguma pressão?

V.O.:­ Um horror de pressão! Então a reacção foi muito emocionada, foi uma choradeira pegada, toda a gente a chorar agarrada a mim, agarrada ao João, depois eu tinha mandado o João gravar e o João: “Eu estava a sentir­-me super ridículo com a câmara na mão”, foi muito engraçado, mas muito emocionante. Depois enjoei o bacalhau e não comi! Eu, que andava a pedir bacalhau há dias! As minhas sobrinhas  gémeas, que têm 1metro e 80, e pegaram-­me logo ao colo, aos gritos, foi uma festa!

E a gora o teu filho tem um primo da mesma idade, brincam muito?

V.O.:­ Eles estão na mesma creche, aliás a minha cunhada é educadora do João o que é óptimo! Nós estamos sempre todos juntos, sempre.

Ao fim ao cabo compensa o tamanho da família ser ainda pequeno, não é?

V.O.:­ Exactamente!

Em termos de valores, de referências, para a tua vida, para a pessoa que tu és, o que é que tu pensas que veio dos teus avós?

V.O.:­ Veio tudo: a lealdade, o ser correcto sempre com toda a gente… Há uma história que eu não escrevi no livro, já na adolescência.  Lembras-­te dumas revistas que eram só posters? Eu adorava aquilo, e houve um dia que fui ao quiosque comprar a revista e a senhora, sem querer, dobrou­ duas revistas numa só. Quando cheguei a casa é que percebi que tinha pago uma revista mas que tinha ficado com duas…eu fiquei histérica! E a minha avó diz-me: “Nem pensar nisso, tu vais já lá abaixo e vais devolver a revista que não pagaste.  Isso não se faz, é muito feio. Sei que tu não fizeste por mal porque tu não viste que vinham duas revistas, mas agora estás a ver, portanto não podes ficar com as duas revistas!” Eu nunca mais me esqueci disto percebes? E ela não se chateou comigo, só me explicou que eu não podia fazer aquilo e agora não há ocasião nenhuma em que me dêem um troco errado que eu não o diga, e que fique com o troco. Também herdei a teimosia da minha avó e o mau feitio…são coisas que não evitas. Mas pensando agora na minha vida profissional, há coisas que aprendi com eles. Por exemplo,  eu odiava matemática desde a primária.  O meu avô dizia: “Filha tu tens de ser boa naquilo que fazes, e isto é o teu trabalho. Quando um dia mais tarde tiveres um trabalho a sério, tens de ser assim – mesmo que tu não gostes muito do que estás a fazer.”

Deu-te a noção do sacrifício por um motivo, por uma causa!

V.O.:­ Sem dúvida. E ser leal sempre foi importante para os meus avós, são assim com toda a gente.

O teu avô já faleceu há muitos anos?

V.O.:­ A 28 de julho de 2009. Eu estava a fazer a SIC Ao Vivo e soube que ele estava muito mal a meia hora de entrar no ar mas tive de fazer as três horas em directo, foi das piores coisas que eu passei na vida. Vim para Lisboa depois do programa, e quando cheguei ele estava a dormir. Falámos com os médicos o meu pai sugeriu que fossemos jantar ali por perto. Depois ligaram a dizer que ele tinha morrido…ele estava só à minha espera para poder ir, tenho a certeza.

E as saudades continuam a ser muitas, claro?

V.O.:­ Isto pode ser um bocadinho cobarde, mas é a minha maneira de encarar as coisas: na minha cabeça ele foi viajar e não está cá.

RC:­ E foi muito amado enquanto estava cá.

V.O.:­ Sim, sim! Os meus avós tiveram 58 anos de casamento. Eu vivi com ele a vida toda e assim como ele tratou de mim enquanto eu era pequenina eu tratei dele já no fim. Temos de ter a noção de que os nossos velhos não são velhos dos outros, são nossos. Eu morro de medo de agulhas, mas até agulhas na barriga tive de lhe espetar para lhe dar medicamentos em casa. Pensas que me fazia alguma confusão? Zero!

E como é que têm sido estes últimos anos da tua avó?

V.O.:­ Muito tristes. Não é que a minha avó esteja sozinha, a minha tia e o meu tio vivem com ela porque a casa é muito grande e é mais prático assim. Por isso, sozinha não está nem vai estar, só por cima do meu cadáver! Se a minha tia algum dia tiver de sair de lá, a minha avó vai para minha casa. A solidão dela é a solidão de não ter o marido ao lado. Tem uma cabeça que não está adequada ao corpo dela – e também falo sobre isso no livro, o problema da obesidade – mas com 85 anos ela ainda acha que vai fazer tudo, que vai arrumar o sótão e que vai viajar, vai renovar a carta!

Não é de se resignar com coisa nenhuma.

V.O.:­ Não, só tem uma tristeza enorme pela perda do meu avô, porque foi um amor de muitos anos.

RC:­ E como é ela enquanto bisavó do André?

V.O.:­ O André adora­-a! Só não gosta de estar ao colo de ninguém, e ela fica triste mas entende porque ele é assim com todos. Ela tem pena de não poder mexer­-se tão bem para andar atrás dele,  por isso quando está sentada no cadeirão dela eu ponho os carrinhos à frente e ele brinca e ela vai interagindo. Chama-lhe Vóvo porque é duas vezes Vó!

RC:­ E os teus pais que tipo de avós é que se tornaram?

V.O.:­ Eu só compreendi uma data de coisas da minha mãe, de atitudes que a minha mãe teve principalmente na minha adolescência. Por isso, acho que só vou perceber os avós que estragam os netos com mimos quando for avó. É que fico irritada com coisas que fazem , por exemplo:  o André dorme muito bem, pede para ir para a cama nove e dorme até às nove da manhã. Mas a minha mãe e a minha sogra ficam sempre lá no quarto à espera que ele adormeça, quando eu não quero que ele se habitue a ter pessoas no quarto. São os avós que fazem tudo aquilo que estraga!

Mas teres a tua sogra por perto facilita.

V.O.:­ Sem dúvida, durante a semana se o João não pode ir buscá-lo vai a minha sogra e fica com ele. E ele adora os avós mesmo, chora e ri de felicidade quando os vê!

Foi uma vida nova para os avós, para os teus pais principalmente?

V.O.:­ Então para os meus pais foi inacreditável!

Pensando agora na situação dos velhos em Portugal, porque é que tu pensas que nós chegámos ao ponto a que chegámos?

V.O.:­ Eu não te consigo dizer porque é tão ridículo na minha cabeça, vou-­te dar um exemplo na minha casa jamais em tempo algum os meus avós ou os meus pais ou a minha tia vão ficar sozinhos, e sei que o João nunca deixaria os dele. Não concebo ver velhos abandonados em hospitais, e num lar só precisares de cuidados de enfermagem continuados. Esta é a única razão pela qual eu mandarei um dos meus velhos para um lar.

Mas se há cada vez mais famílias desestruturadas, com tanta separação, com tanto abandono…

V.O.:­ Escuta: eu nunca digo «nunca», e espero ficar com o meu marido para o resto da minha vida. Mas se eu um dia me separar do João e o odiar, (que eu não acredito que aconteça) se algum dia a mãe do João ou o pai do João precisarem de ajuda, tu achas que eu me vou negar? Jamais, em tempo algum! Eu tinha vinte anos quando entrei naquela casa e também eu era adolescente, por isso eles também me ajudaram a crescer. Deus queira que eu possa ter um dia uma casa grande que é para lá ficarem todos. Há um terreno enorme em frente à minha casa e se um dia eu ganhar o Euromilhões vou mandar fazer casas para nós todos ali. A minha avó fica comigo! Mas se eu só puder ter uma casa que tenha um quarto para os meus pais e um quarto para os meus sogros e outros para os meus filhos  já fico contente.

Filhos no plural?

V.O.:­ Ah sim, eu quero ter três! Primeiro, porque estou a contribuir para a natalidade, depois porque também tenho de ter alguém que cuide de mim quando eu for mais velha. Eu seria muito triste se não tivesse a minha irmã, e se eu tivesse tido mais irmãos não me importava nada. Resumindo, tenho muito orgulho naquilo que a minha família construiu: bases sólidas para eu conseguir dar os primeiros passos, e daqui para a frente o que eu construir será porque eles fazem parte da retaguarda. E ainda no capítulo das surpresas, que eles adora, fizemos uma que não contei no livro: um “Querido mudei a casa” para a minha avó! Mandei-­a quatro dias para Santo André, e quando voltaram os meus pais não a levaram para casa porque ainda estavam a terminar as coisas. Ela começou a ficar nervosa a achar que lhe tinham assaltado a casa, e então a minha mãe depois contou­-me que acabou por lhe explicar que tinham chamado os «queridos» mas  não lhe ia dizer o que era. Quando o Gustavo foi á casa dos meus pais tipo ela faz logo o brilharete e diz:”Você é o Gustavo do Querido!”Foi uma bela surpresa que lhe preparámos…  Somos muito uns para os outros e eu acho que isso é que é importante.

Entrevista: Adelaide de Sousa e Nélson Mateus Fotos: Tracy Richardson

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