Filipe I de Portugal
O novo romance história de Isabel Stilwell
Sinopse do livro:
D. Catarina recusava-se a ir. A raiva a toldar-lhe os pensamentos.
Era ela a legítima pretendente ao trono de Portugal. Filha de D. Duarte,
casada com o duque de Bragança, neta de D. Manuel I.
Não, não iria às Cortes de Tomar assistir ao juramento.
Ao contrário da maioria da nobreza portuguesa, nunca aceitaria que o rei de Espanha se tornasse Filipe I de Portugal. Continuaria a lutar até ao fim pela independência da coroa que era sua, nem que para isso tivesse de sacrificar tudo e todos.
Filipe tentou que D. Sebastião desistisse da ideia de lutar contra os mouros em Alcácer Quibir. Mas o destino estava traçado. Morto o rei de Portugal, era preciso pensar no futuro. Filho de D. Isabel e do imperador Carlos V, neto mais velho de D. Manuel I, entraria triunfante com os exércitos em Portugal, o país da sua adorada mãe, e reclamaria o que era seu por direito. Nem mesmo o fascínio que nutria pela sua prima Catarina o iria desviar do seu objetivo.
Isabel Stilwell, autora de romances históricos mais lida em Portugal, traz-nos uma história empolgante repleta de conspirações e intrigas, acerca de um período fundamental e conturbado da nossa História.
Narrado a duas vozes, ficamos a conhecer Catarina, uma mulher fascinante e corajosa, esquecida pela História, e Filipe I, um rei apaixonado por arquitetura e botânica, atormentado por episódios obscuros que deram origem a uma lenda negra que ficaria para sempre associada ao seu reinado.
Retratos Contados da Isabel Stilwell
Isabel Stilwell, uma avó cheia de histórias
Retratos Contados (R.C): Os Retratos Contados apresentam-se como um projeto único, diferenciador e inovador uma vez que nos focamos numa área diferente do habitual. O nosso objetivo é falar das ligações entre avós e netos, a importância dos avós na vida dos netos e vice-versa. O que é que acha de um projeto como este?
Isabel Stilwell (I.S): Eu acho fascinante! Penso que, da mesma maneira que eu nos romances históricos pesquiso o passado, quando encontro documentos em que as pessoas escrevem sobre como eram e como viviam, e como é que eram os avós delas e todas as informações que são no fundo do dia-a-dia, e das relações… portanto, hoje em dia acho que construir isso, é construir um banco de dados, que no fundo é o que os Retratos Contados estão a fazer, criam um banco de dados deste tempo, deste século XXI, mas que também olha para trás e para os tempos que foi Portugal. É no fundo um arquivo histórico. Para além de nos tocar pela parte da atualidade que é olharmos, nós sabemos que as figuras mais conhecidas ou menos conhecidas, têm essa parte boa que é termos algum interesse pela vida delas, o que nos leva a depois querer saber mais. Mas para além desse impulso inicial, a seguir vem o facto de nos identificarmos (ou não), mas podermos encontrar no testemunho de outras pessoas, aquilo que nós queríamos dizer e não tivemos oportunidade ou nem sequer sabíamos pôr por palavras.
R.C: Através das partilhas no Retratos Contados, os entrevistados acabam por servir de exemplo para outras…
I.S: Exatamente.
R.C: A partilha dos problemas e das alegrias que a Isabel possa ter com as suas netas, ou que tenha tido com os seus avós, poderá servir de ajuda para as pessoas que nos leem…
I.S: E às vezes não, das alegrias as pessoas falam com relativamente facilidade, das coisas que correram mal às vezes não falam tão bem!
R.C: Como se não existissem não é?
I.S: Exatamente! Ou porque não sabem como resolvê-las, e o facto de ouvirem outra pessoa dizer, que não teve uma boa relação com um avô, ou que ficou muito marcado negativamente por qualquer coisa que se passou no seio da sua família, nomeadamente um divórcio ou uma separação, a falta de acesso aos avós… Tudo isso pode ajudar as pessoas a resolver os seus próprios problemas, a pensar que não estão sozinhas no mundo e que não foram só elas que passaram por isso.
R.C: Quando olha para o nosso país, como vê a população mais velha?
I.S: Vemos muita, logo para começar! Não é?
R.C: E cada vez mais…
I.S: E cada vez mais! A pirâmide invertida de idade é uma coisa aflitiva. Quando viajamos para países mais novos, sei lá, não conheço muito do mundo, mas quando estive, por exemplo, em Marrocos ou em Angola, de facto só ver aquelas crianças todas (independentemente de todos os outros problemas que possam existir), mas dá muita pujança olhar para um país que tem uma população nova e cheia de vida. Isso é um bocadinho entristecedor, nós podemos passar Portugal de norte a sul, mas não vemos crianças em grandes quantidades como noutros países… e isso é aflitivo!
R.C: Discute-se tanta coisa no parlamento, mas esse assunto da pirâmide invertida… é muito esquecido! Quando não tivermos população, somos um país completamente frágil e pronto para ser invadido por outros…
I.S: É, eu acho que nós temos que encarar isto sem ser tão nacionalistas e encarar, por exemplo: tanta coisa com os refugiados e muitas vezes um pensamento muito xenófobo e podemos pensar que, de facto há crianças noutras partes do mundo, e jovens e adolescentes… Que podem integrar-se em Portugal e ajudar o pais a andar para a frente.
Descubra as raízes e tradições desta escritora multifacetada, que mistura origens portuguesas e inglesas.
Comecemos pelos familiares mais antigos. Que histórias ouviu falar sobre os seus bisavós?
I.S: Sobre os meus bisavós…há histórias muito engraçadas…, eu percebi sempre que o meu pai tinha uma ligação fortíssima com a avó dele e quando o meu pai morreu encontrámos umas cartas muito engraçadas, o meu pai devia ter cinco, seis, sete anos, que escrevia à sua avó, (que pelos vistos foi quem o ensinou a ler e a escrever) a contar-lhe coisas do seu dia-a-dia, nomeadamente a contar-lhe como é que as flores estavam a crescer no jardim, e que se percebe que há ali um elemento de jardinagem entre uns e outros. Esse é um exemplo muito engraçado, e o facto de eu encontrar essas cartas foi muito…foi muito comovente!
R.C: É uma herança que a Isabel tem.
I.S: Essa é uma herança que eu tenho. Do lado da minha mãe há uma história muito engraçada, que a minha mãe adorava contar e que era…lembrar-se dela própria quando tinha para aí três ou quatro anos, de chegar ao pé do avô, este tentar calçar-lhe os sapatos e fingir que não lhos conseguia calçar e dela pensar “ Que tonto que é este! Que já tem esta idade toda e ainda não consegue calçar sapatos.” Mas, mais do que histórias eu acho que há…(tive esse privilégio), há um fio condutor de valores. No caso da minha família, também de pertença à igreja católica e, portanto, de valores cristãos muito, muito fortes. Sobretudo duma humanidade e duma ideia de que todo o poder que temos deve ser posto ao serviço dos outros! Acho que isso é uma linha condutora, tanto do lado do meu pai como da minha mãe, que foi muito importante. Eu lembro-me da minha mãe falar, de como os pais dela e os avós dela se zangavam se ela não era bem-educada com alguém que trabalhasse para eles na quinta onde viviam, em Inglaterra. Lembro-me depois dos meus pais me dizerem “Se quiser ser malcriada com alguém acima de si seja à vontade, porque essa pessoa irá defender-se e você irá sofrer as consequências, mas que eu nunca a oiça ser malcriada para alguém que é seu subordinado em termos profissionais, ou de qualquer outra maneira, porque essa pessoa não se pode defender”. Portanto, eu acho que esta ligação vem dai, vem de bisavós.
R.C: É uma bela história de vida!
I.S: Sim.
R.C: No “O Diário da avó galinha”, confessa que os avós não foram muito importantes na sua vida. Não conheceu o seu avô paterno, que histórias é que lhe contaram deste avô?
I.S: Não conheci o meu avô paterno, mas era um homem muito corajoso e tem uma história muito importante. Ele vivia em Portugal, mas era Inglês, e não só se alistou na Primeira Grande Guerra, como na Segunda Grande Guerra quis que os seus filhos (que poderiam não se ter alistado porque estavam fora) lutassem e, portanto, todos os seus cinco filhos mais velhos alistaram-se. Perdeu dois deles durante a Segunda Guerra Mundial com um intervalo de uns meses entre eles. Penso que isto são lições de vida da minha avó, porque continuaram sempre a lutar por aquilo em que acreditavam!
A ideia que um filho meu possa perder a vida por uma pátria deixa-me dividida.
Eu hoje acho que pátria nenhuma merecia que o meu filho morresse! Mas tenho que olhar para estes pais e pensar que esta noção de pátria, não como um território porque eles nem sequer viviam no território, mas como um conjunto de valores e, no caso da Segunda Guerra Mundial, de valores de liberdade, democracia, tudo isso…eu acho que são lições que nós temos que olhar, que nos faz pensar.
R.C: E em relação ao seu avô materno?
I.S: Conheci-o porque ele esteve cá quando eu tinha dois ou três anos. A minha mãe diz que eu o adorava, que me sentava ao colo dele e punha as mãos nos bolsos, porque sabia que ele tinha caramelos e isto foi lembrança que sempre ficou.
R.C: Claro.
I.S: Porque muitas vezes não as temos como nossas, mas de qualquer maneira esta sensação de afeto fica comigo, e eu acho que isto é que é o importante, sabermos que fomos amados e de quem descendemos.
R.C: Só conheceu a sua avó materna, a avó Grany, quando já tinha dez anos, porque essa avó vivia em Inglaterra. Até essa altura só tinha contacto com essa avó através de cartas que iam trocando. Fale-nos nessa avó, como é que a imaginava?
I.S: É muito engraçado porque há dois momentos, há o antes e o depois de a conhecer. Eu tinha uma avó paterna cá, muito mais militarizada, digamos, e quando fui a Inglaterra aos dez anos e a conheci, fiquei uma semana com esta mãe da minha mãe, foi uma sensação de pertença que, conhecendo a minha mãe, conheci-a a ela e, portanto, fiquei com ela sozinha. Ao princípio pensei, como é que eu vou ficar sozinha com uma pessoa com quem eu nunca estive? Mas houve ali uma ligação muito profunda e ela já estava a fazer o papel de avó, ou seja, teve comigo uma ligação muito curta mas muito afetuosa, enquanto com a da minha mãe era muito conflituosa, como é comum entre filhos e pais. Depois, quando ela morreu, a minha mãe teve um desgosto enorme e eu, pela primeira vez enquanto criança, também tive um desgosto por ver a minha mãe a sofrer. Às vezes as pessoas pintam a infância muito cor-de-rosa (ai como éramos tão felizes e isto, e aquilo) e eu lembro-me da minha impotência perante a tristeza da minha mãe, que ainda por cima estava longe, não é?
R.C: Por último, tinha a avó Maria, a sua avó paterna que vivia perto de si, mas de quem sentia grande distância?
I.S: Eu devia ser uma criança muito difícil. A minha mãe diz que eu era uma criança muito difícil, ao contrário dos meus irmãos que são mais fleumáticos, eu sempre fui muito birrenta, exteriorizava muito, tanto o bom como o mau, ia da felicidade total à infelicidade total.
R.C: Dramática? Teatral?
I.S: Muito teatral e muito dramática! Para a minha mãe, que tinha tido seis filhos antes de mim, todos muito fleumáticos, que ela própria era fleumática, que o meu pai era fleumático, e eu saí a mais latina de todos, muitas vezes havia uma dificuldade entre mim e a minha mãe. Eu acho que a minha avó, que teve dez filhos, dois dos quais morreram na guerra, se dava muito melhor com os rapazes do que com as raparigas.
R.C: Também era muito típico na época.
I.S: Sim, ela nitidamente conseguia lidar muito melhor com os meus irmãos do que com as minhas irmãs. Além disso tentava proteger a minha mãe. Lembro-me de estar doente e dela chegar e dizer coisas do género “Você está mesmo doente? Olhe que a sua mãe já tem preocupações suficientes e veja lá se só lhe dói a garganta não esteja a fazer fita!”.
R.C: O que sentia em relação à avó Maria?
I:S: Eu tinha respeito e admiração, mas ao mesmo tempo tinha medo. Eu olho para trás e, quando tinha cerca de dez anos e ela teria perto de setenta, lembro-me que sentia um enorme terror quando ela se esquecia de onde punha os seus óculos e me mandava procura-los. Eu procurava por todo o lado, tal o terror de voltar à sala e dizer-lhe que não os tinha encontrado. E se isso acontecesse, ela dizia “pateta eu tenho a certeza que sei onde é que eles estão”. Mas era do meu feitio também, porque ela fazia isto ao meu irmão e este nem se levantava da cadeira para procurar os óculos. Logo para começar dizia “avó, eu sei que me vai dizer que eu não encontro os óculos, portanto é melhor ir a avó procura-los“ e ela ria-se imenso e ia.
R.C: Fantástico…
I.S: Eu, feita estúpida, andei casa acima, casa abaixo. Com o meu irmão é assim?
R.C: E ele tinha coragem para responder!
I.S: Não era coragem, saí-lhe naturalmente porque não tinha medo e falava. Aproximei-me da minha avó quando ficou mais velhinha. Aproximei-me muito mais dela porque ela estava mais frágil, já era uma relação diferente. Eu também já não faria birras da mesma maneira, portanto encontrámos ali um ponto de encontro. Mas mesmo nessa altura, se a minha avó dissesse algo do género “ninguém está a arrumar os talheres nas gavetas, desaparecem-me talheres”, eu ia logo contar os talheres, enquanto o meu irmão continuava no mesmo sítio e dizia “ah pois é, levei-os para a praia e deixei-os lá” e a minha avó ria, ria, ria… e aquilo acabava assim.
R.C: Ainda houve uma tia-avó que a marcou bastante, não foi?
I.S: Sim, era a tia Genoveva. Ela não tinha filhos e, no fundo, adotou o ramo do meu pai e da minha mãe, nós os oito como netos. Essa tia-avó era completamente ao contrário, era tudo o que se podia desejar ter como avó. Comprava-nos gelados Santini, lia-me histórias… Eu sabia onde estava o livro e ia a correr buscá-lo, sabíamos a página em que tínhamos ficado. Tive uma ligação muito próxima com ela. Quando a minha mãe se enervava comigo a fazer os trabalhos de casa, eu ia fazê-los com ela. Portanto, foi uma ligação que me marcou bastante.
“Só teve uma filha? Olhe, na altura devia ter pensado nisso!”
R.C.: A Isabel tem sete irmãos. Que recordações tem sua infância com os seus irmãos?
I.S.: Tenho tantas. Eu acho que os irmãos são a melhor herança que os nossos pais nos podem dar!
Às vezes vejo as pessoas tão preocupadas… É verdade, uma creche custa imenso dinheiro, duas custam o dobro. O jardim-de-infância, a escola, tudo custa muito dinheiro e não se pode ter muitos filhos. Temos vivido anos de crise, mas independentemente disso tudo, pensamos que vale a pena ter um filho para lhe darmos tudo e, na realidade, a melhor coisa que lhe podemos dar são os irmãos, porque os irmãos são o repositório de memórias comum!
Quanto mais envelheço mais valor dou a isso.
“É preciso muita democracia (entre irmãos) para aprender a ceder, para aprender a conquistar, para aprender a esconder certas coisas dos pais.”
Depois, ao longo da vida, numa casa com sete irmãos há a aprendizagem. Como conseguir que a minha irmã me empreste umas calças para ir a uma festa; Como vencer o conflito com o mais velho aliando-me com o mais novo…Há todo um tubo de ensaio do que é a sociedade. Acho que a pessoa sai para a vida muito mais preparada. É preciso muita democracia para aprender a ceder, para aprender a conquistar, para aprender a esconder certas coisas dos pais.
R.C.: Pode-se dizer que o maior desafio da Isabel como neta foi tentar agradar aos seus avós?
I.S.: No caso da minha avó paterna, sim! Acho que houve muito essa tentativa, mas depois, a certa altura, desiste-se.
R.C.: Recorda-se do dia em os seus pais souberam que iam ser avós pela primeira vez?
I.S.: Eu lembro-me muito bem quando souberam que iam ser avós pela primeira vez, e a ideia de ser tia foi uma coisa… Encantadora!
Eu fui tia, tinha treze anos, dividi o meu sobrinho com as outras meninas da minha turma. Ainda nenhuma tinha sobrinhos e foi muito engraçado.
A minha mãe era uma avó fantástica. Curiosamente, os meus filhos e todos os meus sobrinhos chamaram à minha mãe “avó Grany” para distingui-la da avó deles portuguesa.
R.C.: Como recorda a “avó Grany”?
I.S.: A avó Grany era muito meiga com eles! Muito mais meiga com eles do que se calhar tinha sido com os filhos. Ela teve vinte e um netos.
Existe uma história que eu acho engraçadíssima, embora triste e dramática. Já muito velhinha, quando estava no hospital Pulido Valente, ao lado havia uma senhora que só tinha uma filha. Enquanto a minha mãe tinha visitas dos netos quase todos os dias (um vinha dar o almoço, outro vinha dar o jantar), a senhora, coitadinha, só tinha uma filha. A minha mãe, que parecia ter perdido o filtro com a idade, virava-se para a senhora e dizia: “Só teve uma filha? Olhe, na altura devia ter pensado”
R.C: E a relação do seu pai com os netos?
I.S.: O meu pai era um contador de histórias.Era um homem cheio de sentido de humor, encantador e morreu muito novo, tinha setenta e cinco anos. Morreu com Parkinson e um cancro.
O meu filho mais velho e os meus sobrinhos lembram-se muito bem dele.
O meu pai era aquele homem que levava-os a passear, que lhes ensinava–lhes o nome das árvores, das plantas…
O nome da minha mãe, é ligado a texugos em inglês é” broke house “ e então o meu pai levava o meu filho e os meus sobrinhos ,deitava-os numa mata, numa floresta ,a ver se viam os primos sair dos buracos das toupeiras. Portanto, era um homem cheio de imaginação, e criatividade. Penso que mesmo passando pouco tempo na vida dos meus filhos, o meu pai marcou-os imenso.
R.C.: E qual é que é a melhor herança que pensa vir a deixar aos seus netos ?
I.S.: Gostava muito que eles herdassem a capacidade de se rirem de si próprios, a capacidade de verem a vida com otimismo e humor. A capacidade de perceberem que estes laços que vêem de trás são importantes e que nós somos um elo numa cadeia muito longa. O Eduardo de Sá costuma dizer que uma das grandes coisas de ouvirmos os nossos avós falar é o facto de percebermos que somos tão pequeninos no Universo e que não é tudo… o mundo não começou connosco e não vai acabar connosco.
Eu gostava que os meus netos percebessem isso, que são o elo duma cadeia…duma cadeia antiga, duma cadeia que vem já do Adão e Eva e uma cadeia sobretudo que pode, contribuir para melhorar cada vez mais o mundo.
R.C.: Tem vários romances históricos publicados, todos eles com imenso sucesso, todos estes romances são relacionados com mulheres que fazem parte da história de Portugal. Das pesquisas que tem feito para elaborar esses livros, quem foram estas netas? Qual foi o papel destas mulheres como avós?
I.S.: A longevidade era relativamente curta! Portanto, eu acho que muitos destes não conheceram avós…
Mas estou-me a lembrar de Dona Teresa sobre a qual escrevi agora, que sabemos pelas datas…com certeza teve os netos, (os filhos das filhas mais velhas) ao colo. Sabemos pela História que foram mulheres também muito determinadas e quando nós pensamos assim no passado, na verdade percebemos que nós todos somos descendentes destas mulheres e hoje Depois muitas morreram muito cedo. Dona Maria II morreu no parto, Dona Filipa morreu quando o filho mais novo tinha catorze anos e portanto não teve netos, Dona Amélia também não teve netos…
A Isabel de Borgonha é fantástica, é a única filha, a única mulher da ínclita geração e que é uma mulher importantíssima porque casa com o Duque de Borgonha só aos trinta e dois anos e torna-se uma das mulheres mais poderosas da Idade Média e o que é extraordinário Descobri que há teses de doutoramento sobre a Isabel de Borgonha , Isabel de Aviz, Lancaster de Aviz de Borgonha e ela foi de facto uma mulher muito inteligente, uma mulher que organizou as finanças, que pôs pela primeira vez as moedas com câmbios entre vários países, que fez um papel de ministro das finanças da Borgonha, que era um estado riquíssimo e nós sabemos tão pouco dela, e ela tem um filho, só um, que sobrevive que é um mimado, eu acho que é um mimado, que ela o estragou no sentido que estávamos a falar, estragou-o um bocadinho.
Mas depois tem uma neta que é a Maria, que depois vem a ser Duquesa de Borgonha e ela tem uma ligação fortíssima com a neta. A neta mais ou menos é criada com ela e a neta até durante muito tempo é sempre onde está uma está outra.
R.C.: E porquê escreve sobre as mulheres da monarquia? Porquê esse gosto pela monarquia? Tem a ver com a sua veia inglesa?
I.S.: Não, não, eu não, eu não tenho nenhuma veneração pela monarquia, pelo contrário! Obviamente que acho que os países que hoje têm monarquias constitucionais são países que conseguiram fazer uma transição, muito mais evoluídos, com democracias muito sólidas e bem sustentados.
Portanto, não tenho nada contra a monarquia nesse sentido, mas são monarquias constitucionais onde objetivamente o rei ou a rainha são figuras de proa e de estado, mas não são figuras de influência no dia-a-dia.
R.C.: São figuras representativas do país…
I.S.: Hoje seria incapaz de imaginar por exemplo numa monarquia não constitucional, mas mesmo numa constitucional, estar conformada a ter o filho de um homem no poder sucessivamente sem que eu tivesse controlo sem que o povo pudesse votar e escolher quem é que o representa.
Quando comecei a escrever os romances históricos, não foi nada no sentido de exaltação da monarquia! Mas sim na exaltação de Portugal, e Portugal teve uma monarquia…
Sobretudo foi no sentido de que a nossa História tem que se aproximar de nós! Estas mulheres, são as mulheres sobre as quais há muitas vezes mais informação porque a mulher comum não tinha nem diários, nem cartas, nem cronistas a escrever sobre ela.
R.C.: E tudo começou com…
I.S.: Começou com a Filipa de Lencastre por um acaso… Eu acho que foi o meu inconsciente a falar porque quando eu percebi tinha lógica por razões racionais. A primeira é porque era a única princesa inglesa que tinha sido rainha de Portugal. Portanto, na minha família falava-se obviamente sobre ela. Em segundo lugar eu tinha estado em História na faculdade, só no primeiro ano, depois mudei para Comunicação, mas tinha percebido que as fontes, são muito francesas e portanto imaginei naquele segundo que as inglesas estariam menos estudadas e depois pensei que para investigar na Inglaterra eu tinha os meus irmãos a viver lá e podia ser mais fácil, e portanto foi assim.
R.C.: É um grande legado que nos deixa a todos. É muito importante que essas histórias nunca sejam esquecidas.
Aliás, no fundo também é aquilo que tentamos fazer com os Retratos Contados.
Fazer com que as figuras do passado venham para as gerações do presente, senão daqui a uns anos ninguém os recorda…
I.S.: Exatamente, e tudo se esquece num instante e a voragem de desaparecer coisas é muito maior hoje do que era no tempo dos nossos avós porque eles guardavam as cartinhas com um lacinho à volta, etc. Nós dizemos “ah está tudo no computador”, mas amanhã o computador avaria-se … e perdemos tudo!
R.C.: Mesmo as cartas que a Isabel trocava com a sua avó, provavelmente ainda as tem guardadas.
Já as mensagens que irá trocar com as suas netas …
I.S.: Claro! E as mensagens que vou trocar com as minha netas pelo telemóvel vão acabar por se perderem …
“ A primeira vez que vi as minhas netas, desatei a chorar”
R.C: Como acontece em casa de muitas famílias, a Isabel é avó de oito netos (número sempre em atualização!), embora nem todos sejam seus netos de sangue…
Existe uma grande distinção entre os que são netos de sangue e os que não são?
I.S: Eu sinto os que não são de sangue de certeza absoluta como meus netos!
Sinto-os como meus netos, e muito automaticamente se estou a brincar com eles digo sempre, “Venha à avó “ …Tenho essa grande sorte, porque os dois filhos do meu marido, eles próprios filhos dizerem aos filhos deles que eu sou avó.
Isto quando entramos nos laços de afeto, não nos de sangue, temos que já ter criado laços de afeto com os pais para que eles possam aceitar que nós somos avós .
R.C: Laços esses que foram sendo construídos ao longo da vida…
I.S: Que foram construídos ao longo da vida e ao longo de muito tempo!
R.C: No entanto, a sua experiencia maior é com as suas netas.
I.S: É que de facto a minha experiência é de filhas de filhas e ai há uma facilidade quase automática porque, não só pela proximidade física que eles moram muito perto, mas também pelo facto de que não há barreiras. Eu posso zangar-me com os meus netos, eu posso vestir-lhes mais um casaco, eu posso discutir com a mãe deles, dizer “não faças isto ou faz aquilo” com uma certeza de um amor incondicional que não existe quando não é através duma filha .
R.C: Recorde-nos o dia em que soube que ia ser avó pela primeira vez.
I.S: Foi muito emocionante. É sempre um nó na garganta, mas curiosamente não reagi como imaginava que iria reagir.
Desde que os meus filhos tinham vinte anos andava a dizer “ai quando eu tiver netos… “,”Eu quero netos!”, Eles diziam –me “Mãe veja lá o que é que deseja antes de tempo que ainda lhe aparecemos em casa com um neto aos vinte anos e a mãe se calhar retira o que disse”…
Portanto, eu estava psicologicamente preparada para ter netos, mas mesmo assim, a minha preocupação foi com a minha filha e foi pensar, como é que ela vai passar isto tudo, ainda por cima ela vai começar a enjoar, e o parto, ai se eu lhe pudesse pôr o filho no colo, mas isto é um erro que eu faço, e acho que muitos pais da minha geração fazem, que é: se pudéssemos tirar todos os obstáculos da vida dos nossos filhos tirávamos, só que não os deixávamos viver!
R.C: No seu livro “Diário de uma Avó-Galinha, fala precisamente dessa fase da sua vidaI…que se pudesse passar por cima daqueles nove meses e que ela aparecesse logo com a criança, tudo seria mais fácil para si.
I.S: Mas sabe que a minha filha disse que a minha preocupação com ela tinha sido super importante! Eu não o fiz por nenhum manual, fiz por instinto! Mas para a minha filha foi muito importante durante a gravidez haver uma pessoa que não lhe perguntava sempre pelo bebé, antes de lhe perguntar por ela porque acho que às grávidas também lhes acontece isto, não é?
De repente parece que as pessoas estão só interessadas no herdeiro, que vai nascer e se ela diz que não se sente bem ou que está enjoada, ou que se calhar não queria estar grávida naquele momento ou que não lhe apetecia, ou que sim, que ama muito aquele filho, mas não queria passar por aquela gravidez há sempre alguém que diz “ah mas não queres ter o filho?” .” Não, eu quero ter o filho mas não queria estar aqui, eu não queria estar a vomitar, não queria estar no trabalho de parto”…
Foi muito importante para a minha filha, o facto deve contar com uma mãe ter alguém que se preocupasse com ela, e não só com o bebé que estaria para vir … Fazer dela uma mãe que não se tornou invisível nem se tornou apenas um portador.
R.C: Mas entretanto teve uma grande surpresa … Soube que ia ser avó… duplamente.
I.S: Exatamente, gémeas. Ah…foi mesmo emocionante.
R.C: Já havia gémeas na família?
I.S: Não, não. Foi emocionante. Quer dizer, eu tenho um primo que teve filhas gémeas mas pode ter a ver com a mulher dele…não sei! Foi super emocionante, sobretudo a primeira ecografia em que eu as vi lá, aos saltinhos, foi muito emocionante.
Eu quando olhei para as bebés quando elas acabaram de nascer, aí é que foi… olhar de repente para aquelas duas coisinhas embrulhadinhas com os tubinhos, ainda por cima eram prematuras, desatei a chorar. Não estava à espera de chorar! Foi uma daquelas comoções! Ao mesmo tempo a minha filha coitada, tinha tido uma cesariana, estava cheia de dores e eu acho que é mais fácil para os avós encontrarem aquela paixão pelos bebés do que para uma mãe que ainda tem que a aprender. Isto pode ser muito desnorteante nos primeiros tempos. Eu não sabia isto, mas percebi isto que é, eu amo-as perdidamente e a mãe e o pai ainda vão ter que aprender a amar.
Num segundo filho, eles já fazem as coisas automaticamente, mas com o primeiro as coisas às vezes não são tão instantâneas como querem.
R.C: Se cuidar de um bebé pela primeira vez já não deve ser fácil, dois bebés então …
I.S: Sim, é muito complicado! É preciso os pais contarem com ajuda!
E aqui, quando possível, o papel das avós é fundamental! Mas é preciso haver bom senso nesta ajuda que as avós querem dar aos pais dos bebés!
Eu falo com muitas avós, e se a avó não tiver muito bom senso, a avó vai tentar atropelar a filha ou a nora …
R.C: Tem de se ter algum travão não é?
I.S: Sem dúvida! Eles depois foram lá pra casa durante um mês e eu lembro-me de estar à porta do quarto e estar muito caladinha e a pensar “Ai eu sei que as calava, eu sei que as calava, eu acho que se conseguisse lá chegar e tocar-lhes, mas eu não posso, eu não posso entrar “. Aconteceu a minha filha a meio da noite abrir a porta para vir à casa de banho e …”Mãe!”, assim tipo irritada, “o que é que a mãe está a fazer aqui?” E, eu “nada, nada, estava só a passar”. Não te ofereças, não digas, não perguntes, se ela precisar, ela pergunta. É uma aprendizagem em que a gente de repente percebe que estamos tão perto dum bebé, mas ele não é nosso!
R.C: No livro “Diário de uma Avó-Galinha” a Isabel fala de quando passado esse mês eles saem todos de sua casa para irem para casa deles.
Fica um grande vazio não é?
I.S: Sim, sim e que eu senti-me como naquela canção da Ágata “levem os anéis, levem tudo, mas não me levem as minhas meninas “
R.C: Sim, porque acaba por ser um grande vazio que ficou para si. Não só porque vê a sua cria partir como levar as crias dela.
I.S: É, exatamente. Mas que faz parte do crescimento!
Eu acho que é preciso mesmo autocontrole, porque às vezes quando eu vejo alguns blogues fico um bocadinho assustada … quando vejo noras a falarem das sogras com tanto ódio…nós sabemos que as sogras como estava a dizer…as sogras às vezes são pesadas e temos uma rivalidade por causa do marido e elas sabem…acham que sabem e nós achamos tudo isso, mas às vezes as noras deviam pensar duas vezes que o que aquela avó está…não é a dizer que ela é má mãe, que a nora é má mãe. Ela está a tentar dizer, eu quero ser relevante na vida deste bebé!
R.C: Como é que recorda o primeiro dia em que viu as gémeas ?
I.S: Eu acho que foi muito traumatizante para mim! Sobretudo a Carminho, vê-la numa incubadora, perceber que ela corria perigo foi muito difícil! Felizmente somos uma família, em que há muitos filhos e muitos netos, e felizmente tudo tem corrido bem. De repente a gente pensa, “Mas porquê?…Porquê?
Mas pronto, esses momentos mais complicados fazem parte do passado! Acho que a minha ligação com elas é mesmo muito forte desde o primeiro instante em que as vi.
Mesmo com a minha terceira neta, a Marta a ligação também é muito forte! A segunda gravidez foi completamente diferente e acho que tive que aprender e estou a aprender a minha relação com a Martinha, que é queridíssima é uma outra aprendizagem diferente.
R.C: A Marta foi a última que nasceu?
I.S: Sim, mas que é uma coisa diferente, a Marta é agarradíssima, mamou, aos sete meses, é muito próxima da mãe. A Ana andou com ela pra todo o lado porque depois de terem sido precisas duas mãos, dois ovos, dois não sei quê, agora pode andar com a Marta para todo o lado.
R.C: A sua neta Marta é irmã das gémeas?
I.S: Sim, é! Tanto a minha outra filha, como o meu filho ainda não me deram netos.
R.C: Como é que é a ligação das gémeas com a irmã?
I.S: É o delírio total …é o delírio total.
A Marta tem sete meses e ouve a voz delas a entrarem na porta e começa às gargalhadas, mas são gargalhadas mesmo!
É uma ligação fantástica… Obviamente que foi pesado, a Ana teve plena consciência de que elas começaram a fazer muito mais birras.
A Carminho tem uma história linda, que eu adoro e é; “Um dia chegou-se ao pé da Ana, logo pouco depois da bebé nascer com uma boneca posta numa mochila e a Ana…(a Ana é fantástica, acho que é muito melhor mãe do que eu fui e é educadora de infância e mistura tudo)… e a Ana perguntou-lhe…. “Minha senhora o seu bebé mama?” E ela disse “Sim, sim”. Conversaram como se fossem duas senhoras que se tivessem encontrado com os respetivos bebés e depois ela diz assim “ E a senhora tem filhas?” e a Ana disse “Tenho, tenho duas “,”Ai eu também tenho duas e estão muito chateadas porque eu agora não posso brincar tanto tempo com elas e a Ana aproveitou e disse “Então já conseguiu resolver isso?” Sim, sim sento-me no chão e com uma mão brinco e com a outra mão dou de mamar a esta e a Ana disse “Ah então vou fazer o mesmo com as minhas filhas. Que boa ideia, muito bem”. E depois a Ana não resistiu e disse :”Então e as suas filhas estão a fazer muitas birras agora?” E ela esqueceu-se do teatro, bateu o pé e disse: “Não, não estão nada! Elas não fazem birras!”
R.C: É fantástico como se constroem essas histórias tão bem elaboradas com apenas anos …
I.S: Eu acho que é preciso espaço e tempo. Por isso é que eu acho que é verdade que o tempo, (não interessa a quantidade do tempo) mas é preciso algum tempo para os filhos estarem com os pais. Não é verdade que a quantidade não importa, a quantidade importa no sentido que não é possível qualidade quando se está ao mesmo tempo a cozinhar, a fazer os trabalhos de casa. É preciso algum tempo.
Os pais que trabalham devem-se sentir muito culpados porque não estão com os filhos, não é isso! Pode haver mães todo o dia em casa deprimidas, ocupadas … e que não tenham nenhuma relação com os filhos e deprimidas ou não mas, muitos simplesmente não conseguem tempo de qualidade para estarem com os filhos.
R.C: Oito netos remete-a um pouco para os seus tempos de criança em que também eram várias crianças?
I.S: Sim, sim! Eu acho que o Natal é daquelas épocas que sem crianças não dá vontade nenhuma de fazer nada porque é aquilo dos avós verem pelos olhos …viverem…serem crianças pelos olhos dos netos. Por exemplo, os meus filhos sempre me ajudaram, sempre fiz imensa questão em fazer presépios muito complicados e buscarmos musgo e fazermos montanhas e coisas assim. Depois passámos um tempo em que o meu filho que tinha na altura já uns vinte e oito anos dizia “Está bem mãe, eu sei que a mãe quer ir apanhar musgo. Vá, vamos lá. Eu senti que estava a empurrar uma carruagem que não tinha vontade nenhuma. O ano passado foi outra vez uma excitação porque eu decidi que o presépio tinha de ter peixes e passarinhos e então fomos à feira de Sintra com elas e comprámos peixinhos e compramos não sei quê e é tudo em função …A vida, eu acho que é em função de trazer alegria!
R.C: E o papel do avô?
I.S: Não queremos contar a história deles pela nossa voz! Mas, uma das coisas que torna isto muito importante é que se não houvesse um avô empenhado nas mesmas coisas e empenhado em viver, no fundo ser avô como eu sou avó, muito era impossível!…Era impossível ter ficado com as gémeas sozinha. Se não fosse ele a levantar-se e ir busca-las à noite, e pôr as cadeiras no carro e fazer essas coisas todas. Se ele não tivesse imenso entusiasmo em todas as vezes que vamos a Coimbra, vamos de manhã e vimos à noite só para estar um bocadinho com os outros. Isto não há dúvida que passa por um trabalho de equipa e às vezes em “re-casamentos” podia não ser tão possível! Mas isso é uma coisa que eu queria dizer, é que os netos são, (quando não houve filhos dos dois); os netos são uma possibilidade de um projeto comum, é uma criança que é um projeto comum dos dois. Os laços de sangue praticamente não fazem sentido nenhum porque eles não são nossos filhos, assim como assim nenhum deles são nossos filhos. São filhos de pessoas de quem nós amamos muito e depois é a oportunidade de mesmo como avós termos um projeto nosso, por isso, temos imenso gozo em levá-los connosco e fazer as coisas connosco, e às vezes nestas histórias nós pomos muito enfoque na avó mas eu acho que os avôs são super fundamentais!
Saibam muito mais sobre os livro e a carreira da Mulher, Mãe, Avó, Jornalista, Escritora aqui: Isabel Stilwell e aqui: Facebook Isabel Stilwell
Espreitem mais aqui: Retratos Contados da Isabel Stilwell no Faz Sentido
Romances da Isabel Stilweel
Outros livros da Isabel Stilwell
Isabel Stilwell tem 8 netos (número sempre em atualização), 7 romances históricos (número também sempre em atualização) … e não deixa de nos surpreender sempre com imensas novidades. Como tal, em breve teremos mais conteúdos para atualizar os Retratos Contados das Isabel Stilwell.
Birras de Mãe – Isabel e Ana Stilwell à conversa sobre mães e avós
Muitos anos, muitos depois do sucesso de “49.233$00 de telefone, “Diário de uma mãe, Diário de uma filha” — ainda era em escudos! —, Isabel e Ana Stilwell voltam a fazer uma parceria para falar de educação, parentalidade, e do inevitável conflito de gerações na educação das crianças. Não foram só elas que cresceram e mudaram, o mundo também não ficou parado. A pandemia do Covid -19, foi o sinal claro de que não podiam adiar mais esse projeto. No BIRRAS de MÃE, uma avó/ mãe (e também sogra) e uma mãe/filha, e logo de quatro filhos, separadas pela quarentena, vão diariamente escrever-se, para falar dos medos, irritações, perplexidade, raivas, mal-entendidos, mas também da sensação de perfeita comunhão que — ocasionalmente! — as invade. Na esperança de que quem as leia, mãe ou avó, sinta que é de si que falam.
Separadas pela Quarentena, Isabel e Ana Stilwell, falam de birras e mal-entendidos, de raivas e perplexidade, e dos conflitos de geração em redor da educação.
Todos podem conversar e deixar sugestões a estas mãe/avó e uma filha/mãe aqui: BIRRAS DE MÃE
Mais mais espreitarem aqui: Isabel Stilwell Escritora