
Dia das pessoas irem em busca dos do Ramo da Espiga.
Dia da espiga ou Quinta-feira da espiga é uma celebração portuguesa que ocorre no dia da Quinta-feira da Ascensão com um passeio matinal, em que se colhem espigas de vários cereais, flores campestres e raminhos de oliveira para formar um ramo. Segundo a tradição o ramo deve ser colocado por detrás da porta de entrada, e só deve ser substituído por um novo no dia da espiga do ano seguinte.

No passado, Dia da Espiga era também o “Dia da Hora” e considerado “o dia mais santo do ano”, um dia em que não se devia trabalhar. Era chamado o dia da hora porque havia uma hora, o meio-dia, em que tudo parava, “as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e as folhas se cruzam”. Era nessa hora que se colhiam as plantas para fazer o ramo da espiga e também se colhiam as ervas medicinais. Em dias de trovoadas queimava-se um pouco da espiga no fogo da lareira para afastar os raios.

A Festa da Ascensão, ou Quinta Feira da Ascenção, é uma festa marcadamente Católica, sendo feriado municipal em muitos concelhos de Portugal.
Os rituais pagãos, com especial enfoque nas culturas célticas e romanas, de celebração das primeiras colheitas, e pedido pela qualidade e quantidade destas, remontam à antiguidade.
Costumavam-se observar pelo meio da Primavera, mais ou menos no actual Maio, e sempre tiveram grande implementação Popular.

No Dia da Espiga as pessoas iam pelos prados em busca dos vários constituintes do Ramo da Espiga. No entanto com a crescente migração para as grandes cidades, e a industrialização, começou a haver cada vez mais dificuldade em cumprir este preceito por si próprio.
A isto se juntou em 1952 o fim deste Feriado Nacional. Obrigada a abdicar de alguns feriados a Igreja Católica aceitou sacrificar a Quinta Feira da Ascenção como Feriado Nacional. Muitos Concelhos no entanto, para colmatar esse facto mantiveram-no agora como feriado municipal.
Foi assim que também nasceu o negócio, muito visivel em Lisboa, do Dia da Espiga. Da região Saloia, especialmente de Mafra visto manter o feriado, pessoas do campo vão para a cidade vender estes ramos a quem trabalha ou vive na capital.
Em muitos mercados da cidade também se continua a ver as vendedoras locais com a venderem estes ramos.

Um símbolo de prosperidade e de sorte.
As Espigas:
As espigas devem ser sempre em número ímpar, e são a parte mais importante do ramo. Podem ser de trigo, centeio, aveia, ou qualquer outro cereal.
Representam o pão, como a base do sustento da família, e a fecundidade.
A Papoila:
Com a sua cor vibrante e quente a Papoila significa neste ramo o amor, e a vida.
Sendo a parte mais garrida do ramo acaba por ser também aquele que mais se decai com o ano a passar, ao escurecer e secar.
O Malmequer:
Simboliza no ramo a riqueza, e os bens terrenos. Isto pelo seu branco simbolizar a Prata, e ao mesmo tempo o amarelo simbolizar o Ouro.
A Oliveira:
A Oliveira acaba por ter um duplo significado no Ramo da Espiga. Em parte significa a Paz, a o desejo pela mesma. Sendo que é um dos símbolos da Paz desde a antiguidade.
Ao mesmo tempo é o símbolo da Luz, visto do seu óleo, azeite, se encherem as lâmpadas que alumiavam as casas. Sendo que esta Luz pode ser interpretada como o sentido divido da mesma, significando a sabedoria divina.
O Alecrim:
Tal como a Oliveira é uma presença constante pelo mediterrâneo. Com o seu cheiro forte e duradouro, e sendo uma planta que resiste a quase tudo, simboliza no ramo a força e a resistência.
Ao contrário da Papoila avançando no ano o seu cheiro vai-se aguentando, e a sua presença torna-se cada vez mais notada no ramo.
A Videira:
A representação do vinho, tão importante para a nossa cultura e tradição, no Ramo da Espiga vem naturalmente da Videira.
Naturalmente também a associação à alegria também tão ligada ao Vinho na nossa cultura passa também por esta planta.
Estas são as plantas principais do Ramo da Espiga, sendo que tradicionalmente qualquer outra planta que surja durante a caminhada do Dia da Espiga pode ser adicionada para embelezar. No entanto reza a tradição que não falte nenhuma das acima, para não faltar o que ela representa.
