“Diário de uma avó e de um neto”
Sábado, 05 de junho 2021
Querida avó,
Hoje é Dia do Ambiente. Este dia foi criado há 49 anos com o objetivo de sensibilizar a população mundial a implementar práticas que ajudem a preservar o nosso ambiente.
Falamos sobre isto inúmeras vezes. As gerações atuais têm a obrigação de deixar às gerações futuras um Planeta sustentável e habitável! Muitos dão como garantida a água que sai da torneira. Mas será sempre assim? Não imaginas o que me custa ver as pessoas desperdiçarem água. Um bem tão precioso para todos nós e tão escasso para algumas populações.
Estamos a chegar ao Verão. Não entendo como é possível encontrar tanto lixo na praia. Se quando chegamos à praia gostamos de ter o espaço limpo, quando vamos embora devemos deixá-lo como estava!
Corta-me o coração ver as matas a arderam todos os anos. Ouvir falar do “Negócio do Fogo”?!?!
Ver que os oceanos estão cheios de lixo, que se pesca muito mais do que é recomendado pelos especialistas …Quando não houver o que comer vão fazer o quê?
As gerações atuais não conhecem inúmeros animais selvagens pois foram extintos, muitos deles por causa da caça, das peles, do marfim …
E, infelizmente, os animais selvagens cada vez vão sendo menos.
A maior parte das pessoas não separa o lixo. Não sabe distinguir para que serve cada ecoponto.
Em criança ia com os avós às compras. As frutas e os legumes vinham todos juntos, no mesmo saco de rede, reutilizado imensas vezes.
Hoje as frutas são embaladas em plástico, ou colocadas dentro de sacos de plástico.
São tantas as recordações dos sacos de pão pendurados nas portas. Os mais novos hoje nem sabem o que é um saco do pão.
Mas penso (e espero),que vão ter uma consciência mais preocupada com o ambiente.
Infelizmente, no que diz respeito ao ambiente, as gerações atuais vão deixar às gerações futuras uma herança muito pesada.
Cuida do ambiente!
Bjs
Querido neto,
Podes estar certo de que faço tudo o que e possível: reciclar o lixo, poupar água, tenho sempre na minha mala um saco de pano para trazer as compras, etc. Tenho muita pena de não salvar animais selvagens mas o único animal selvagem que anda por aqui é o meu vizinho de cima que não se cala toda a noite—e, apesar dos nossos protestos, ainda ninguém o matou.
Depois do que disseste sobre o ambiente, já não tenho mais nada para dizer—e, se repito, o pessoal larga logo o jornal.
Tenho um amigo que é um anjo de pessoa mas não tem nenhum sentido de humor. E a única anedota que sabe é uma que mete perus. Então, se está num jantar de amigos, aproveita uns minutos de silêncio do pessoal e diz:
–Peru… A propósito de peru…
E lá conta a anedota.
Hoje apetece-me fazer como ele.
Férias…. A propósito de férias… Se me vejo na Ericeira, nem acredito. Por tudo e também porque se vai fazer uma homenagem à minha querida Cher—e eu não estou lá.
Para quem não sabe, a Cher chama-se Fernanda, mas ninguém a conhece por esse nome porque, enfim, basta olhar para a cara dela para se perceber: é igualzinha à Cher… só um bocadito mais baixa. É dona do Bar Neptuno onde— em tempos normais… eu estou sempre caída, claro. Não há ninguém que não a conheça e, apesar de ter tido uma vida desgraçada em nova, é a alegria em pessoa. Merece todas as homenagens—e estou cheia de saudades dela.
E como as minhas amigas são todas professoras, já foram todas vacinadas, por isso vou muito mais tranquila.
Com a minha amiga Alice do País das Maravilhas, há muito que aprendia a festejar não só os aniversários como também os desaniversários. Por isso, assim que eu chegar, vou começar logo a marcar festas de anos a torto e a direito em todos os restaurantes (tenho de dar a ganhar aos meus amigos…).
E pronto, era disto que me apetecia falar.
E se calhar até estive a falar do ambiente. Melhor ambiente que este não há!
Bjs
Outros capítulos aqui: “Diário de uma avó e de um neto.”