“Alice Vieira – Torres Novas”

Retratos Contados de Alice Vieira em Torres Novas

Na Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes

A Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes está localizada onde antigamente existiu uma fábrica de álcool que pertenceu ao pai de Alice Vieira. Da antiga fábrica apenas resta a antiga chaminé e o poço.

Retratos Contados de Alice Vieira é uma mostra biográfica que assinala os 61 anos de carreira da autora enquanto jornalista e 41 enquanto escritora.

Depois da exposição ter estado patente em locais como Ericeira e Lisboa, chegou a vez de Torres Novas, terra com uma ligação profunda a Alice Vieira, numa mostra com curadoria de Nelson Mateus, neto da jornalista e escritora, que pretende ser uma homenagem a um dos maiores nomes da cultura e literatura portuguesa contemporâneas.

Da relação de “avó e neto” entre Alice Vieira e Nelson Mateus, nasceu ainda o livro “Diário de uma avó e de um neto confinados em casa”, da editora Casa das Letras.

Instalação feita pelas colaboradoras da Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes

Retratos Contados é também o nome da página onde Nélson Mateus coloca todos os projetos e novidades sobre a importância da ligação intergeracional entre avós e netos.

Espreitem muito mais nos diversos separadores aqui:www.retratoscontados.pt

Mais informações:

Telefone249 810 310

E-mailbiblioteca@cm-torresnovas.pt

Sitewww.cm-torresnovas.pt

Endereço2350 Torres Novas, Portugal

Entrada Grátis.

Reportagem feita por Nuno Vasco para o Grupo no Facebook

Cidade de Torres Novas

RETRATOS CONTADOS COM ALICE VIEIRA E NELSON MATEUS NA BIBLIOTECA MUNICIPAL GUSTAVO PINTO LOPES

Um sorriso que encanta até o mais distraído, um sorriso que nos enche a alma, Alice Vieira. Uma mulher simples, humilde, simpática e prática são as melhores palavras que encontro para descrever esta Mulher, não fosse ela sobrinha da Maria Lamas. Um amor recíproco na primeira conversa entre Nelson Mateus e Alice Vieira, que deu origem ao projeto de Retratos Contados. Nelson explicou como tudo surgiu.

Porquê “Retratos Contados”?

Nélson Mateus: Através dos retratos, contamos a vida e as memórias das pessoas. Retratos Contados pretende ser uma Biblioteca Humana de avós e netos.

Como conheceu a Alice Vieira?

N.M.: Numa entrevista para o site www.retratoscontados.pt Foi amor à primeira conversa.

Acha que a sabedoria dos idosos está a ser ignorada?

N. M.: Não penso que esteja a ser ignorada, mas também não pode, nem deve, ser esquecida. O que somos hoje, é o resultado da soma do que foi feito pelos nossos antepassados, pois dos avós, para além da herança genética, herdamos tradições, sabedoria, valores e muito mais.

Quem aprende com quem, os avós com os netos ou os netos com os avós?

N. M.: Penso que na ligação intergeracional ambos têm a ganhar. Os netos podem aprender com os avós histórias de um país a preto e branco, onde as mulheres não podiam votar, nem sair do país sem autorização dos maridos… onde só existia dois canais de televisão… onde a maior parte das famílias não tinha sequer telefone em casa e grande parte da população era analfabeta… Os avós podem aprender com os netos a fazer videochamadas, a usar as redes sociais, o que é um Podcast… e muito mais. No livro “Diário de uma avó e de um neto confinados em casa”, falamos precisamente sobre isso.

Disse na apresentação da exposição “Retratos Contados de Alice Vieira” que o sonho da Alice é ter uma Casa Museu Alice Vieira em Torres Novas ou nas Lapas. Achas, que com tanto espólio em Lisboa, era possível mudar as suas memórias da vida para a terra da sua infância?

N. M.: O sonho é meu! Com total apoio da Alice Vieira, claro está. As memórias, e o espólio, de Alice Vieira não podem, nem devem, estar confinadas em casa. O município de Torres Novas tem todas as condições para acolher esta Casa Museu. A Alice ficou muito agradada com a ideia. É no município de Torres Novas que vive o filho, e os netos, é onde estão as memórias de infância de Alice Vieira… Para mais, Torres Novas tem uma localização privilegiada. Pretendo que a Casa Museu Alice Vieira seja muito dinâmica, com interesse para várias gerações, visitas de estudo, encontro de escritores e muito mais. Torres Novas precisa de iniciativas que atraiam pessoas e comunicação social ao município. Portanto, só boas razões.

Como é que uma mulher como Alice Vieira consegue fazer tanto com a sua idade e aceitar todos os trabalhos que lhe pedem?

N.M.: Alice Vieira é uma força da natureza. Um exemplo de envelhecimento ativo que tanto se fala. Não sabe dizer que não… quando os desafios lhe interessam. Mas não faz fretes. Tudo o que faz, fá-lo porque gosta.

Quer deixar alguma mensagem aos Torrejanos?

N.M.: Quero agradecer o acolhimento da Exposição Retratos Contados de Alice Vieira. Convidá-los, a todos, para visitarem a Exposição na Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes. No próximo ano, gostaria de organizar tertúlias sobre a valorização dos mais velhos em todas as freguesias do município. Quem sabe, em breve, não me torno torrejano.

Visita guiada por Nélson Mateus, Curador da Exposição, ao Presidente da Câmara, Dr. Predo Ferreira.

O Presidente da Câmara, Pedro Ferreira, referiu que: Alice Vieira, sendo ELA própria, é hoje um património cultural nacional e um grande orgulho para Torres Novas por nunca ter deixado a sua ligação a Lapas, a Torres Novas e por persistir em conviver connosco, gerando contos e mais livros que já atingiram cerca de cem. Sempre com humildade e com um sorriso nos lábios, faz-nos acreditar que a simplicidade e a amizade são fatores essenciais nas nossas vidas. O município saberá agradecer e honrar o seu legado.

A Vereadora da Cultura, Elvira Sequeira, por sua vez disse que: Quando nos apercebemos que o Nélson Mateus estava a trabalhar nesta exposição, como curador após as conversas de Avó e Neto, propusemos imediatamente que viesse também a Torres Novas. E o projeto realizou-se mesmo neste contexto pandémico. Com todos os constrangimentos e a nossa resiliência, consideramos importante manter as datas. Em janeiro, teremos a Alice connosco para uma boa e bem disposta conversa. Esta é uma justa referência e homenagem àquela que, sendo uma de nós, também é do mundo. Alice Vieira não pôde comparecer presencialmente devido a problemas de saúde, mas esteve presente, por chamada, e falou com algumas pessoas que se encontravam no momento.