“Diário de uma avó e de um neto confinados em casa”
2ª edição do livro
Não podíamos estar mais felizes com esta novidade! Aqui entrevista para o jornal Nascer do Sol.
“O Diário de uma avó e de um neto” crónicas semanais, entre uma avó e um neto, que chegam agora aos leitores em forma de livro. Falem-nos disso.
Alice – Pela minha parte, porque acho que um livro fica sempre em nossas mãos, podemos lê-lo e relê-lo, consultá-lo. Vive ai ao nosso lado. As crónicas podem perder-se, nem sempre aparecem nos nossos écrans ou as pessoas nem sempre compram os jornais onde são publicadas.
Nélson – Bom, não posso começar sem agradecer primeiro ao Jornal Nascer do Sol, pelo vosso convite para escrevermos crónicas semanais para a revista Luz. São os “culpados” por este sucesso. Essas crónicas semanais são partilhas também nas nossas redes socias. As crónicas começaram a ter tanto sucesso, que a editora “Casa das Letras” disse-nos logo que fazia questão de publicar um livro com a compilação da primeira temporada das crónicas.
O que é que as pessoas dizem? Foi difícil a escolha do nome do livro?
Alice – O “feed-back” não podia ser melhor! As pessoas liam e identificavam-se. As mais velhas com aquilo que eu escrevia e de que se lembravam, ou de que já nem se lembravam mas que bom era recordar. As gerações mais novas identificam-se mais com as memórias do “neto”.
Nélson – O livro “Diário de uma avó e de um neto confinados em casa” corresponde ao tempo do 2º confinamento (entre janeiro e março de 2020). O nome não podia ser outro! Um neto e uma avó que, diariamente, mal nasce o sol estão na rua. No início do ano vêem-se, novamente, obrigados a estar em casa, confinados. Começam a mandar emails um ao outro para passar o tempo, e, desta forma, verem o que os une apesar da diferença de idades, é muito mais do que aquilo que as pessoas às vezes podem pensar.
Quando é que se aperceberam que o “Diário de Uma Avó e de Um Neto” estava a ter sucesso?
Alice – Foi um caso de sucesso no Facebook desde o início. Até porque foi num tempo de confinamento e as pessoas, em casa, precisavam de qualquer coisa que lhes ocupasse o tempo e as animasse. Depois do confinamento, quando começamos a sair à rua, pelas abordagens que começamos a ter percebemos que o “Diário” estava a ter imenso sucesso. Até no Banco, e na Farmácia, que frequento falavam sobre o assunto.
Nélson – Nos Retratos Contados oiço frequentemente que avós e netos não encontram temas para falar. O “Diário” prova precisamente o contrário. Começamos a ver que as publicações no site, e no facebook, tinham imensas partilhas e comentários, alguns até com sugestões para outros temas. Começamos a receber emails de pessoas a dizerem-nos que usavam os nossos temas para conversas ao telefone entre avós e netos, para tertúlias em lares de idosos… Até a Leya tem recebido cartas de pessoas a felicitarem-nos pela iniciativa. Cartas, imaginem. Numa altura em que as únicas cartas que costumamos receber são de contas para pagar.
O “Diário da avó e do neto” já vai a caminho da segunda edição? Para quando uma segunda temporada do “Diário”?
Alice – Fiquei muito satisfeita quando me avisaram que ia haver uma segunda edição. Mesmo com tantos livros publicados, penso que é a primeira vez que um livro meu tem uma segunda edição quase logo a seguir à primeira.
Nélson – Não podia estar mais feliz com a 2ª edição do livro, em tão pouco tempo! O livro faz uma viagem às memórias de passado. Faz comparações entre um país que tinha dois canais de televisão, a preto e branco, em que poucos tinham telefone em casa, em que as mulheres não podia votar nem viajar para fora do país sem a autorização dos maridos … e compara-o com o Portugal de hoje. O livro termina no final de março, precisamente no fim do Confinamento. Estamos convencidos que a nossa editora (e os nossos leitores) vai querer publicar a 2ª temporada do “Diário de uma avó e de um neto” desta vez “desconfinados”.
O sucesso do “Diário da avó e do neto” advém de ser conteúdo com o qual as pessoas se identificam?
Alice e Nélson – Tudo o que é falado no livro aconteceu na realidade. Nada é ficcionado! Isto que faz com que o “Diário” seja um sucesso. Esta iniciativa não deixa de ser uma Biblioteca de Memórias, onde partilhamos histórias do passado e do presente, e perspectivamos o futuro. Um livro em que todos se revêem. Um livro que pode ser lido em família, com temas que são comuns às gerações mais velhas e que os avós gostam de recordar com os netos. Temos estado a receber solicitações de: Escolas, Centros de Dia, Lares, Faculdade Seniores … de norte a sul do país, inclusive ilhas, para irmos realizar tertúlias com os temas abordados no “Diário”. Essa será a missão, e objectivo, do próximo ano. Levar o “Diário” o mais longe possível.
De onde surgiu a exposição da Alice Vieira?
Alice – A exposição foi ideia do “meu neto” Nélson Mateus e dos seus “Retratos Contados”. A primeira foi na Casa da Cultura da Ericeira, veio para Lisboa, para a Galeria 4Ever, daí passou para o Casino Estoril, esteve no Grémio Literário de Lisboa, e agora inaugura em Torres Novas. E daí irá para outros lugares que já a pediram.
Nélson – Quem me conhece sabe que gosto muito de homenagear pessoas em vida. Quando estas se envolvem e fazem parte das homenagens. Sendo a Alice “minha avó”, e uma personalidade transversal a várias gerações, é um privilégio para mim comissariar esta Exposição.
O que é que vai ser possível encontrarmos lá?
Alice – É uma exposição sobre a minha vida, baseada sobretudo em Retratos Contados de várias épocas—mas também com textos que faço, sempre tendo em conta os lugares onde é apresentada a com o que me liga a eles. Por isso uma parte da exposição é sempre diferente de lugar para lugar.
Nélson – “Retratos Contados de Alice Vieira” conta um pouco do muito que é a vida e obra da Mulher, Mãe, Jornalista, Escritora … com mais do que 60 anos de carreira e aproximadamente uma centena de livros publicados, traduzidos para inúmeras línguas.
Quanto tempo vai durar?
Nélson – A Exposição está durante um mês em cada lugar. Até agora tem estado em locais relacionados com a vida e memórias da homenageada. Para fechar esse ciclo falta realizar a Exposição em Ílhavo, Aveiro e no Luso.
Depois será itinerante pelo país. Para saberem onde vamos andar no próximo ano, o mais fácil é irem espreitando site e redes socais Retratos Contados. Para além da Exposição realizamos tertúlias sobre a vida e obra de Alice Vieira.
Esta Exposição pode, e deve, ser visitada por alunos e professores, avós e netos, jornalistas … e por todos que queiram saber sobre esta mulher que não gosta de adjectivos, mas é incomparável!